Trump anuncia plano para derrubar preços de medicamentos a níveis de 80% mais baratos, mas o que isso realmente significa para você?
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que assinará uma ordem executiva para reduzir os preços dos medicamentos prescritos ao nível pago por outros países desenvolvidos, que ele estima serem 30% a 80% mais baratos. A medida busca implementar uma política de “nação mais favorecida”, alinhando os valores americanos aos menores registrados globalmente. Trump destacou que os EUA pagam os maiores preços do mundo por muitos medicamentos, quase o triplo dos valores de nações desenvolvidas, e prometeu que os preços “subirão no mundo todo para igualar e trazer justiça para a América”. A ordem, porém, ainda não detalha como será aplicada, gerando expectativa sobre sua abrangência e impacto.
Fabricantes de medicamentos e lobistas da indústria farmacêutica antecipam que a política possa focar no programa Medicare, ampliando a negociação de preços além dos 10 medicamentos já incluídos na Lei de Redução da Inflação do ex-presidente Joe Biden. A PhRMA, principal lobby da área, alerta que a fixação de preços pelo governo seria prejudicial aos pacientes, já que o setor argumenta que a intervenção estatal pode limitar inovações e acesso a novos tratamentos. Apesar da promessa de economia de bilhões de dólares, a proposta enfrenta resistência da indústria, que já criticou anteriores tentativas de Trump de regulamentar os preços.
A proposta de precificação internacional já foi tentada durante o primeiro mandato de Trump, mas foi bloqueada por um tribunal. A administração de então estimava economizar US$ 85 bilhões em sete anos, mas o plano não prosperou. Agora, com a nova ordem, o governo busca reabrir a discussão sobre a disparidade de preços, que custa aos Estados Unidos mais de US$ 400 bilhões anualmente. A medida reflete a pressão por reformas no setor, mas também a tensão entre o controle governamental e as expectativas de inovação e competitividade da indústria farmacêutica.