Desvendado esquema de corrupção: Máfia de descontos indevidos envolve empresas e beneficiários enganados
A Polícia Federal (PF) investiga um esquema fraudulento envolvendo empresas de call centers, consultorias e corretoras de seguros que atuavam no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O objetivo era manipular cadastros de aposentados e pensionistas, além de gerenciar denúncias e reclamações, funcionando como um serviço de atendimento ao consumidor (SAC) para o esquema. Empresas como Callvox Contact Center e ACDS Call Center, ligadas a Domingos Sávio de Castro, são investigadas por seu envolvimento com entidades suspeitas, como a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca (CBPA), a Abrasprev e a Abapen. A CBPA, por exemplo, teve um aumento significativo em suas receitas em 2023, suscitando suspeitas de descontos indevidos nos benefícios.
A Operação “Sem Desconto” envolveu ações conjuntas da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU), com investigações que apontam práticas de corrupção, incluindo possíveis pagamentos de propina a diretores do INSS. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que a medida cautelar contra as entidades foi adotada durante a investigação, mas novas ações judiciais serão acionadas para reparar danos ao INSS e aos beneficiários. As empresas citadas, como a Abrasprev e a Abapen, foram excluídas de uma ação anterior, enquanto a CBPA foi alvo de processos de responsabilização. A CNN tentou contato com as entidades, mas não obteve resposta.
Aposentados e pensionistas enfrentaram dificuldades para reportar descontos indevidos, com a Lei de Acesso à Informação (LAI) sendo minimizada. Um levantamento da CNN revelou 553 ocorrências registradas na CGU desde 2022, destacando a escala do problema. A complexidade do esquema, que envolveu centenas de funcionários contratos no fim de 2023, reflete uma estrutura organizada que dificultou a fiscalização e a transparência no sistema de previdência, exacerbando os desafios para os beneficiários.